O que é a positividade tóxica e por que os coaches devem ficar atentos a ela
No universo do Coaching, é comum ouvirmos sobre o poder do pensamento positivo, das afirmações motivacionais e da importância de manter uma atitude proativa diante dos desafios. Entretanto, há uma linha tênue entre manter uma postura otimista e incorrer na chamada positividade tóxica.
A positividade tóxica é quando a busca por uma visão sempre positiva se transforma em um comportamento que ignora, reprime ou invalida emoções legítimas, tanto suas quanto das pessoas à sua volta. Esse fenômeno tem impacto direto na eficácia de processos de Coaching, prejudicando a construção de confiança, empatia e autenticidade — elementos fundamentais para o sucesso do trabalho com clientes.
Neste artigo, vamos explorar como a positividade tóxica aparece no contexto do Coaching, seus riscos para o relacionamento com clientes e para a saúde emocional do próprio coach, e quais ferramentas e abordagens podem ser utilizadas para cultivar uma positividade verdadeira, equilibrada e alinhada aos princípios do Coaching.
Entendendo a positividade tóxica
Diferença entre otimismo saudável e positividade tóxica
O otimismo saudável é uma postura que reconhece os desafios da vida, mas escolhe enfrentá-los com esperança e foco na solução. Já a positividade tóxica rejeita qualquer pensamento ou emoção que pareça negativa. Frases como “Você precisa pensar positivo” ou “Tudo acontece por um motivo” são exemplos comuns que, embora bem intencionados, podem silenciar emoções legítimas nos outros e até em si próprio.
Essa postura afasta o indivíduo da realidade, impede a aceitação das emoções como parte saudável da experiência humana e prejudica o desenvolvimento da inteligência emocional, elemento central dentro da atuação de um coach.
Como a positividade tóxica afeta o processo de Coaching
Quando um coach adota uma postura de positividade tóxica, o processo de Coaching perde profundidade, pois as emoções verdadeiras do cliente não são validadas. Isso gera:
– Desconexão emocional entre coach e coachee;
– Sensação de julgamento por parte do cliente;
– Interrupção do processo de autoconhecimento;
– Dificuldade para enfrentar e superar desafios internos;
– Evasão de clientes por falta de acolhimento genuíno.
Em vez de ajudar, o coach passa a impor uma narrativa de negação dos sentimentos, o que pode dificultar o estabelecimento de um espaço seguro e colaborativo de desenvolvimento.
A importância da autenticidade no relacionamento de Coaching
Construção de vínculo com empatia e presença real
Um dos pilares fundamentais do Coaching é a criação de rapport, ou seja, a construção de uma relação de confiança e respeito mútuo entre o coach e seu cliente. Para isso, é indispensável que o coach esteja presente emocionalmente, validando o que o cliente sente, sem tentar modificar ou minimizar suas experiências.
Comportamentos empáticos e escuta ativa são ferramentas essenciais para evitar a positividade tóxica. Validar um sentimento negativo como frustração ou medo não significa incentivar a permanência nele, mas reconhecer que parte do crescimento passa por aceitar e lidar com as emoções difíceis antes de superá-las.
Autenticidade como elemento de transformação
Quando um coach se permite ser verdadeiro com seus próprios sentimentos e encoraja seus clientes a fazerem o mesmo, o processo de Coaching ganha profundidade e impacto. A autenticidade fortalece a conexão humana, estimula a autorresponsabilidade e cria um espaço onde é possível abordar questões difíceis de forma construtiva.
Isso não significa abandonar o otimismo, mas integrá-lo de forma equilibrada, sem ignorar a realidade e os obstáculos. Um otimismo autêntico é aquele que reconhece os desafios, mas acredita na capacidade de superá-los com caminhos concretos.
Ferramentas de Coaching para combater a positividade tóxica
Escuta ativa e empática
Essa técnica é a base da comunicação efetiva em Coaching. Ela consiste em ouvir o cliente com genuíno interesse, sem julgamentos ou interrupções, buscando compreender não apenas as palavras ditas, mas também os sentimentos e significados por trás delas. Na prática:
– Faça perguntas abertas;
– Observe a linguagem não-verbal;
– Reflita o sentimento do cliente para mostrar compreensão;
– Evite frases de consolo forçado ou generalizações.
Diálogo socrático
Através de perguntas poderosas baseadas na abordagem socrática, o coach pode ajudar o cliente a explorar suas emoções sem negá-las. Por exemplo:
– O que esse sentimento está tentando te mostrar?
– Que necessidade talvez precise ser atendida?
– Qual é o aprendizado oculto nessa experiência?
Esse tipo de questionamento incentiva o coachee a refletir de forma consciente sobre seus estados emocionais, fazendo emergir insights que conduzem ao crescimento.
Modelo GROW
Esse modelo (Goal, Reality, Options, Will) é uma das ferramentas mais utilizadas no Coaching. Ele convida o cliente a explorar a realidade com clareza, o que ajuda a evitar o escapismo causado pela positividade tóxica.
– Goal: Qual é o objetivo?
– Reality: Qual é o estado atual, incluindo dificuldades emocionais?
– Options: Quais alternativas temos para agir com responsabilidade?
– Will: Qual será o próximo passo, de forma realista?
Roda da Vida emocional
Adaptando a tradicional Roda da Vida, o coach pode utilizá-la para mapear o estado emocional do cliente em diferentes áreas da vida, promovendo uma conversa honesta sobre onde existem sentimentos reprimidos ou mal compreendidos. Isso ajuda o coachee a visualizar de forma concreta onde precisa se auto acolher antes de partir para soluções.
O papel do coach na promoção do equilíbrio emocional
Autoconhecimento e inteligência emocional
Para ajudar os outros, o coach também precisa estar atento às próprias emoções. O desenvolvimento contínuo da inteligência emocional — reconhecendo e acolhendo suas frustrações, medos e limites — é essencial para evitar que se caia na armadilha da positividade tóxica nas próprias sessões de Coaching.
Educar o cliente para o realismo esperançoso
Além de promover o acolhimento emocional, o coach pode ensinar seu cliente a adotar uma mentalidade de realismo esperançoso: trata-se da capacidade de manter a esperança sem perder a conexão com os fatos. Com isso, o cliente aprende a lidar com frustrações sem se desesperar e a valorizar pequenas conquistas reais, fortalecido por uma visão equilibrada da vida.
Os riscos da positividade tóxica na saúde mental
A negação sistemática das emoções negativas tem impacto direto na saúde mental. Emoções reprimidas tendem a se acumular e podem resultar em:
– Ansiedade;
– Queda na autoestima;
– Sensação de isolamento;
– Burnout;
– Relacionamentos superficiais.
Coaches capacitados devem estar atentos a esses sinais tanto em si quanto em seus clientes. O trabalho de Coaching não substitui a terapia, mas pode ser um poderoso aliado no acolhimento e condução emocional de metas e desafios.
Práticas para cultivar um otimismo autêntico
– Pratique o autoquestionamento diante de pensamentos excessivamente positivos;
– Valorize os sentimentos mesmo quando forem desconfortáveis;
– Incentive clientes a escreverem sobre seus medos e frustrações;
– Use visualizações realistas ao invés de cenários fantasiosos;
– Conduza sessões com espaço para vulnerabilidade.
O Coaching, quando exercido com consciência, é uma ferramenta potente de transformação humana. Negar emoções intensifica a dor. Validar o que se sente é o primeiro passo para mudá-lo. Essa é a diferença entre positividade e crescimento verdadeiro.
Insights finais
– A positividade tóxica prejudica o processo de Coaching ao negar emoções reais;
– O otimismo saudável precisa ser integrado com autenticidade e empatia;
– Ferramentas como escuta ativa, modelo GROW e diálogo socrático ajudam a evitar este erro;
– Coaches conscientes trabalham com a realidade emocional dos clientes como aliada;
– Inteligência emocional, autoconhecimento e empatia são as melhores defesas contra a superficialidade emocional.
Perguntas e respostas
1. Como identificar se estou sendo um coach com positividade tóxica?
Se você percebe que evita falar sobre emoções negativas, diz frases genéricas como “pense positivo” sem explorar o sentimento do cliente, ou se sente desconfortável diante de vulnerabilidades, é hora de reavaliar sua abordagem.
2. Posso incentivar o otimismo sem cair na positividade tóxica?
Sim. Incentive o cliente a reconhecer os desafios e, a partir deles, buscar soluções. Otimismo não deve ser sinônimo de negação, mas um motor de ação positiva diante da realidade.
3. Qual a diferença entre empatia e validação emocional?
Empatia é sentir com o outro, enquanto a validação é reconhecer verbalmente que a emoção dele é legítima. Juntas, essas atitudes fortalecem a confiança na relação de Coaching.
4. Devo corrigir o cliente quando estiver “se vitimizando”?
Depende. Primeiro ouça com empatia. Se a vitimização for um padrão, explore com perguntas profundas o que está por trás dessa postura, sem julgamento ou pressa.
5. A positividade tóxica pode afetar minha própria saúde como coach?
Sim. Quando você nega suas emoções negativas e se cobra manter sempre o otimismo, corre risco de burnout, exaustão emocional e desconexão com seus próprios valores. Ser autêntico é também se acolher.
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Este artigo foi escrito utilizando inteligência artificial a partir de uma fonte e teve a curadoria de Otello Bertolozzi Neto. Cofundador e CEO da Galícia Educação. Coach profissional e executivo com larga experiência no mundo digital e mais de 20 anos em negócios online. Um dos pioneiros em streaming media no país. Com passagens por grandes companhias como Estadão, Abril, e Saraiva. Na Ânima Educação, ajudou a criar a Escola Brasileira de Direito e a HSM University dentre outras escolas digitais que formam dezenas de milhares de alunos todos os anos.
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