Sobretudo nos últimos dois anos, em que a pandemia de covid-19 impulsionou uma mudança cultural em escala global e impôs medidas de distanciamento, novas formas produtivas foram adotadas como estratégia para manter a produtividade e não comprometer os resultados das empresas.
Não por acaso, as formas flexíveis de trabalho continuam se consolidando entre as organizações e a qualidade de vida proporcionada por modalidades menos rígidas traz inúmeros benefícios, tanto para as corporações quanto para os colaboradores.
Entretanto, enquanto para as corporações a redução de custos é garantida, os trabalhadores que desempenham suas funções remotamente devem ficar atentos à própria gestão financeira, para garantir um equilíbrio satisfatório entre receitas e custos.
Se você pretende trabalhar em casa ou já adotou o home office como estilo de vida, confira as principais dicas de gestão financeira que a Galícia preparou para você!
O que são os novos modelos de trabalho?
Estamos experimentando rupturas e inovações talvez impensáveis em cenários pré-pandêmicos e a corrida das empresas para a adaptação aos novos modos de produção, marcados pela virtualização da força de trabalho, tem se mostrado desafiadora também no pós-pandemia.
Com a adoção de modelos híbridos e, até mesmo, completamente remotos, as soluções emergenciais adotadas em meio à crise do coronavírus vão permanecer no chamado “novo normal” que está em construção.
Helena Rocha, sócia da PwC Brasil, afirma que o investimento em tecnologia e inovação, dinâmicas online e a incorporação do home office não foram adventos passageiros e as empresas terão cada vez mais o desafio de pensar a reconfiguração de espaços físicos, a adoção de novas formas de trabalho e a busca contínua por inovação.
Em 2021, um estudo realizado pela Harvard Business School descobriu que 81% das pessoas que estavam em home office gostariam de continuar trabalhando remotamente ou em um sistema híbrido. Dados similares foram encontrados recentemente na pesquisa realizada pela consultoria Robert Half, em que foi constatado que 39% dos brasileiros trocariam de emprego só para ter a opção de home office.
Ricardo Mucci, presidente da Cisco no Brasil, não tem dúvidas de que as modalidades de trabalho a distância se consolidaram nas empresas e aposta no formato híbrido como modelo ideal. Gary Bolles, especialista em futuro do trabalho e professor da Singularity University, compartilha da mesma opinião. Segundo Bolles, as lideranças não devem retroceder em práticas adotadas durante a pandemia e afirma que “é hora de abandonar o que aprendemos sobre o trabalho desde a era industrial, uma vez que todo nosso estilo de vida, economia e valores têm mudado de forma expressiva”.
Com a emergência de novos hábitos e formas produtivas, surgem também demandas inéditas, que exigem soluções disruptivas. Assim, tornou-se fundamental investir em processos otimizados e inteligentes que, impulsionados pela tecnologia, ofereçam soluções adequadas às necessidades da empresa e de seus colaboradores.
Contabilizando inúmeros benefícios para as organizações e seus funcionários – como modernização das atividades; maior satisfação e produtividade; redução de turnover e redução de custos –, os novos modelos de trabalho também exigem um olhar atento para a gestão financeira e a manutenção equilibrada entre as despesas e os ganhos. Saiba mais no tópico a seguir!
O que é gestão financeira?
A gestão financeira é um dos pilares indispensáveis para que indivíduos e empresas façam uso consciente de seus recursos, mantenham a saúde econômica, apliquem estratégias para o aumento de receitas e alcancem resultados significativos.
Segundo Luiz Carlos Miranda, Ph.D. e professor titular do Departamento de Ciências. Contábeis e Atuariais da Universidade Federal de Pernambuco, e José Dionisio Gomes da Silva, doutor em Controladoria e Contabilidade pela USP e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, praticar a gestão financeira é definir a prioridade com que seus recursos serão consumidos, visando a atingir os objetivos predeterminados pela organização.
Assim, do ponto de vista técnico, a gestão financeira é uma ferramenta para administrar, de forma eficaz, toda a circulação de capital, desde o planejamento até o desenvolvimento organizacional, alocando os recursos de forma acertada e evitando gastos desnecessários.
De forma resumida, o professor Lawrence Gitman (San Diego State University), define que a meta da administração financeira é gerir os recursos visando à maximização da riqueza ou do valor total de um empreendimento.
Portanto, a gestão financeira é esse conjunto de práticas e procedimentos que são aplicados para otimizar o desempenho financeiro de um orçamento, mantendo favorável a relação entre despesas e receitas.
Os principais pontos de gestão financeira para quem trabalha em casa
Em todos os modelos de trabalho, a justa remuneração é fundamental para que os colaboradores permaneçam ativos em suas funções e se mantenham motivados no ambiente profissional.
Quando falamos sobre home office, uma das primeiras questões que vêm em mente é a respeito do gasto que trabalhar em casa pode acarretar aos funcionários.
Se para as empresas há uma óbvia economia de recursos, com redução de custos relativos à infraestrutura física, energia elétrica, água, internet, vale-transporte e outros itens necessários ao trabalho, para os colaboradores nem sempre é assim.
Nesse sentido, é necessário estar atento para manter uma gestão financeira equilibrada, e vale destacar que, em caso de contratação pela CLT, as empresas são responsáveis por fornecer uma infraestrutura adequada para a realização do trabalho remoto.
De acordo com a Lei n.º 13.467, da Reforma Trabalhista, o teletrabalho conta com os mesmos direitos e deveres de um contrato CLT presencial e, conforme o art. 2.º da CLT, o empregador tem a obrigação de custear as despesas necessárias ao funcionamento do negócio.
Ou seja, se os colaboradores tiverem alguma despesa para a realização do serviço em home office, deve ser fornecida uma ajuda de custos ou providenciado o reembolso da quantia.
Assim, é fundamental que o funcionário se planeje adequadamente para trabalhar em casa e combine previamente com seus gestores todas as questões relativas aos gastos advindos do serviço.
Para os autônomos, esse planejamento é ainda mais importante, uma vez que será fundamental precificar adequadamente seus produtos e serviços, de modo que as receitas adquiridas cubram completamente as despesas inerentes à função e forneçam lucro ao trabalhador.
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