Engenharia social é um termo utilizado para descrever um conjunto de técnicas psicológicas e comportamentais empregadas para manipular, enganar ou persuadir indivíduos a revelar informações sensíveis ou a realizar ações específicas que podem comprometer a segurança de dados, sistemas ou mesmo a privacidade de uma organização ou pessoa. É uma prática amplamente associada a crimes cibernéticos, mas seus princípios também podem ser aplicados em situações físicas ou presenciais.
Em essência, a engenharia social se baseia na exploração de características humanas, como a confiança, a curiosidade e a pressa, para obter acesso não autorizado a informações ou recursos. Diferentemente de um ataque puramente técnico, como a invasão de redes por meio de softwares maliciosos, a engenharia social foca no elo humano, utilizando táticas como a manipulação de emoções ou a construção de um relacionamento com a vítima. Essa abordagem pode ser extremamente eficaz, pois as pessoas, muitas vezes, são vistas como o ponto mais vulnerável em um sistema de segurança.
Há diversos tipos de ataques de engenharia social, incluindo o phishing, que é a tentativa de enganar alguém para que forneça informações confidenciais, como senhas; o pretexting, em que o engenheiro social finge ser alguém que ele não é, como um funcionário de uma empresa; e o baiting, que envolve o oferecimento de uma isca, como um pendrive infectado, para persuadir a vítima a clicar ou inserir o dispositivo em um computador.
No contexto jurídico, a engenharia social levanta questões sobre responsabilidade civil, penal e de proteção de dados. A legislação sobre crimes cibernéticos frequentemente inclui disposições específicas ou genéricas que podem abranger atos de engenharia social, considerando-os como métodos de obtenção ilícita de informações ou de realização de fraudes. Além disso, no âmbito corporativo, a proteção contra este tipo de ataque se tornou uma prioridade, especialmente com a vigência de leis de proteção de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil, que exige que organizações implementem medidas de segurança adequadas para proteger dados de terceiros.
Prevenir ataques de engenharia social exige uma combinação de tecnologia, políticas internas e, sobretudo, educação. É fundamental que indivíduos e empresas invistam em treinamento para reconhecer táticas comuns, verifiquem dados e solicitações suspeitas e criem uma cultura de segurança que desestimule práticas vulneráveis. Incrementar a conscientização geral sobre esse tipo de ameaça é visto por especialistas como uma etapa crucial para a redução de ataques bem-sucedidos.