Competências Socioemocionais: O Futuro da Gestão e Negócios no Desenvolvimento de Profissionais e Empresas
A gestão e negócios vêm passando por uma transformação em um ritmo acelerado, impulsionada pela tecnologia, dinâmicas econômicas e sociais cada vez mais complexas. Nesse contexto, o desenvolvimento de competências socioemocionais se torna crucial tanto para o sucesso pessoal quanto para o profissional, exigindo uma mudança de perspectiva e abordagem na educação e no mercado de trabalho.
Estudos recentes, como o realizado pela OCDE em parceria com o Instituto Ayrton Senna, apontam que jovens de baixa renda possuem níveis mais baixos de habilidades socioemocionais, como criatividade, tolerância, curiosidade, assertividade, sociabilidade e empatia. Diante dessa realidade, é urgente que a gestão e negócios se voltem para o desenvolvimento dessas competências, a fim de construir um futuro mais equitativo e sustentável.
O papel da educação e da reforma do Ensino Médio
A educação é um dos principais pilares para o desenvolvimento de competências socioemocionais. Com a nova reforma do Ensino Médio e as mudanças estabelecidas na BNCC, o tema ganhou uma nova camada de importância, porém ainda há um longo caminho a ser percorrido entre teoria e prática.
Enquanto no âmbito da educação privada a aplicação das competências socioemocionais está mais estabelecida, com a procura por soluções voltadas para a área crescendo mais de 300%, segundo levantamento da edtech Educa, no âmbito público a falta de capacitação, investimento, processos e estratégia ainda é uma barreira para o desenvolvimento efetivo dessas habilidades. Isso acentua a desigualdade social e impede que todos os estudantes tenham acesso a ferramentas essenciais para o sucesso pessoal e profissional.
Responsabilidade compartilhada: empresas e a importância do desenvolvimento de competências socioemocionais
Nesse cenário, é importante destacar o papel das empresas no desenvolvimento das competências socioemocionais. Como bem diz o ditado, “se pagar e se dar o troco”, ou seja, se o lucro das empresas vêm do consumidor, é justo que elas retornem isso em forma de benefício social. Além disso, é de interesse do mercado receber – e também capacitar – profissionais aptos para os desafios corporativos.
O retorno sobre o investimento (ROI) das competências socioemocionais é inestimável para as empresas. Segundo o relatório McKinsey Health Institute, colaboradores que tiveram experiências positivas no trabalho relataram uma melhor saúde holística, são mais inovadores e apresentam um melhor desempenho profissional. Além disso, essas habilidades também contribuem para aumentar a produtividade, melhorar o clima organizacional, fomentar a inovação e promover uma tomada de decisão mais assertiva.
Desafios da implementação de competências socioemocionais
Apesar dos benefícios, a implementação de competências socioemocionais em larga escala ainda enfrenta desafios. Um deles é a acessibilidade e o custo, principalmente em áreas remotas onde o acesso a profissionais capacitados é limitado.
Outro desafio é a adaptação metodológica, pois é necessário levar em consideração a interseccionalidade dos grupos sub-representados. É preciso criar um conteúdo adaptado para a realidade de cada comunidade e garantir a inclusão e representatividade em todas as etapas do processo.
Além disso, é fundamental estabelecer uma rotina de ensino e mensuração das competências socioemocionais, utilizando ferramentas como escala de Liniker, autoavaliação, avaliação em dupla e mudança comportamental. E, por fim, é preciso superar a resistência individual à mudança, criando uma base sólida de instrução e promovendo a abertura para o conhecimento.
Competências socioemocionais e a construção de uma sociedade mais equitativa e sustentável
O desenvolvimento de competências socioemocionais é uma ferramenta poderosa para a construção de uma sociedade mais equitativa e sustentável. Além de contribuir para o sucesso pessoal e profissional, essas habilidades são essenciais para enfrentar os grandes desafios da atualidade, como a desigualdade social, a saúde mental e a crise climática.
Portanto, cabe à gestão e negócios, em conjunto com a educação e as empresas, promover a capacitação e o desenvolvimento dessas competências em todas as esferas da sociedade. Somente assim poderemos construir um futuro mais justo, inclusivo e próspero para todos.